quinta-feira, fevereiro 27, 2014

O que entra e o que sai pela boca

"Há mais mistérios entre o céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia" disse Shakespeare, eu acrescentaria do que sonha a nossa vã religião e a nossa vã ciência também, uma vez que a cada dia (com as descobertas científicas alargando nossos horizontes) podemos compreender melhor o evangelho e os ensinamentos que nos foram passados em forma de parábolas por Jesus (o Cristo). Hoje já é possível falar de energia, de quarks, de bóson de Higgs, hoje já se pode estudar o que nem sequer se vê e as teorias são tão fortes que até Tomé as aceitaria ainda que não possa ver com os olhos ou microscópios ou telescópios... Podemos falar num mundo de matéria densa, visível aos olhos e num mundo feito de "energia" de matéria não densa (ou não-matéria, energia, como queiram chamar)o fato é que tendo consciência de que há dois mundos, os chamarei de material e de espiritual, podemos entender melhor o ensinamento de Jesus quando nos disse que "o que faz mal não é o que entra pela boca do homem, mas o que sai da boca do homem, porque do que fala a boca é do que está cheio o coração". O que entra pela boca pode nos fazer mal, obviamente, no entanto o mal maior não reside no mundo material, pois o maior mal que nos pode acontecer materialmente é a morte (a qual considerando que há um mundo espiritual não passa de uma transformação estando longe de ser o fim da vida ou de nossa individualidade) a morte nos livraria dos males físicos no entanto daquilo que está cheio o nosso coração: somos nós. Ainda que a morte física nos faça deixar nosso corpo material jamais nos fará deixar de pensar, agir e sentir como nós, de fato, somos. E somos exatamente isso: nossos pensamentos, sentimentos e ações. Como penso, sinto e ajo? Isso é o que sou!

sábado, fevereiro 22, 2014

O pior cego

Há o velho ditado que diz que o pior cego é aquele que não quer ver, em contrapartida, no filme matrix um dos personagens diz uma frase que, particularmente, acho fantástica: "a ignorância é uma benção". Apesar de aparentemente em desacordo os dois pensamentos não se contradizem. A ignorância, de fato, é uma benção, veja o exemplo das crianças, não se preocupam com nada que diz respeito ao mundo dos adultos e são tão abençoadas que chegamos a lhes atribuir a própria felicidade!! No entanto imaginem um adulto que se comportasse com relação aos problemas que os adultos tem como uma criança? Pareceria um cego diante de seus problemas, eles estariam ali à sua frente e ele não os veria, ou fingiria não os ver sendo considerado assim o pior cego, aquele que nega sua realidade e suas obrigações diante da vida adulta (uma espécia de Peter Pan, só que não tão simpático e bonito como na história). De onde meu pensamento conclui que: a ignorância de fato é uma benção, no entanto a partir do momento que nos é dado o conhecimento, seja ele qual for, não podemos prescindir dele e agir como se nunca o tivéssemos tido, não podemos ser cegos a ponto de fingir não ver só porque nos é conveniente agir como se não soubéssemos. Desse princípio deve surgir toda ética e por isso os gregos apregoavam aos quatro cantos a importância do conhecimento. O próprio Jesus nos alertou: "conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". O que nos remete diretamente ao conhecimento, é preciso conhecer pois o saber nos auxilia em nossa libertação, só sendo livres (de nossa ignorância) podemos nos salvar (de nós mesmos). Fica a dica!

sexta-feira, fevereiro 14, 2014

Educação versus Instrução

Acompanhei o caso da professora da Puc que postou no facebook uma foto de um sujeito todo desarrumado no aeroporto tirando onda do tipo: "isso aqui é uma rodoviária??". Na mesma semana encontrei amigos muito caros, da época da facul, que não via há uns 20 anos... Jantando com esses amigos pude fazer umas reflexões legais sobre "educação". Primeiro temos de diferenciar educação de instrução. Instrução é o processo escolar pelo qual se passa, essa diferença é mais contemporânea que antiga, pois na antiguidade, por exemplo na época de Sócrates, a palavra saber englobava os atos, logo saber algo era praticar aquilo que se sabia, atualmente você pode usar a palavra saber ainda que seu conhecimento seja apenas teórico. Ainda que você não pratique nada daquilo que você sabe. Eu gostava das aulas de Educação Moral e cívica. Os alunos meio que zuavam as vezes, mas eu achava legal os professores tentarem ensinar alguma coisa de civilidade àqueles demônios que eram meus colegas. Tiraram da escola, aulas de cidadania não davam ibope. Aulas de religião não garantiam votos. Aulas de filosofia e sociologia então... pobres ciências teóricas! Fernando Henrique, por peso na consciência (talvez) deu um voto a essas ciências reles e as tornou obrigatória no currículo, o estado tenta dar aos professores alguma formação e eu me pergunto que função teriam as ciências humanas senão Educar. Óbvio que a instrução é importantíssima, quem poderia prescindir de Einstein ou de Higgs?? Ao mesmo tempo quem pode viver sem Platão e Sócrates?? que pode uma ciência sem Popper ou Descartes?? A instrução é o corpo da academia e a educação é a alma de qualquer instituição de ensino. A PUC sempre me pareceu uma boa universidade, conheci ótimos professores de lá, instruídos e educados. É uma pena que as duas não andem sempre juntas, uma pena que uma coisa não garanta a outra. Uma pena que alguém porque se ache instruído pense poder prescindir da educação. Me lembro da minha avó que não sabia ler, não sabia escrever e nem por isso julgava ou criticava qualquer um pela roupa que vestia, uma mulher de fato muito bem educada. O que queremos pro nosso futuro?? gerações de médicos desalmados? de professores sem educação?? é preciso pensar bem e pesar o quanto cada uma dessas coisas é importante em nossas vidas: educação e instrução.

segunda-feira, fevereiro 03, 2014

CIÚMES

s.m. Emulação, inveja; zelo de amor. / Pesar, despeito por ver alguém possuir um bem que se desejaria ter: o ciúme o atormenta. / Receio de que a pessoa amada se apegue a outrem. (dic. Aurélio) Essa palavra e esse sentimento me perseguiram por muito tempo. No entanto, hoje penso que não há amor que possa ser posse, logo não se pode desejar o que outrem possui, cada ser é livre em si para amar, estar com quem lhe aprouver. O amor é universal, não se ama uma só pessoa durante toda a vida, não se entenda por isso que seja eu a favor do poligamia. Ao contrário uma vez tendo escolhido alguém para amar, no sentido sexual, creio que se deva honrar esse compromisso até que ( a morte?) (o divórcio?) (a rotina?) (as dificuldades da vida?) (o tédio?) os separe... no entanto o ser amado não é um ser de pertencimento... a liberdade de pensar, sentir, existir deve ser respeitada. Amar pressupõe liberdade não prisão. Hoje entendo isso e tenho medo de como penso. Outro dia me peguei sendo chamada de lésbica pelo marido de uma amiga que achou estranho eu não ter um namorado: "há tantos caras legais por aí, arrume um" disse ele. E eu fico me perguntando o que é um cara legal pra ele?? Por que os caras que conheço são casados, separados pegadores de mulheres, solteiros canalhas. E esses não me interessam. Já tive amostras dos chamados "caras legais" e sinceramente meu amigo apesar de gostar muito do que os homens podem nos oferecer em termos de sexo prefiro abdicar disso a ver meus valores jogados no lixo por 5 segundos de gozo (isso se o cara for bom de cama porque os últimos que tive, nem isso). Quanto a gostar de meninas eu amo as meninas, como amigas, irmãs!!! Nunca tive curiosidade com relação a isso. Tenho ciúmes, às vezes, de coisas que são tão bestas e penso que a vida é tão besta também... ah ciúmes seu feio, fique longe de mim!!!