quinta-feira, agosto 28, 2008

Filhos... Filhos!! Filhos??

Como aconselhava Vinícius "Filhos, melhor não tê-los", mas enfim, advertia "se não os temos, como sabê-lo".
Deus foi sábio ao nos dar o conhecimento apenas após a experiência, assim o mundo continua a ser povoado, no entando alguns seres se espelham nas experiências alheias, o que tem acontecido em toda a Europa, onde "seria" vantajoso ter filhos, afinal a mulher, em alguns países, tem direito a 2 anos de licença maternidade, tem incentivos do governo... e os dados mostram que nos próximos 10 anos o número de mortes poderá superar os de nascimento, há cidades em que se importa mão-de-obra estrangeira porque não há jovens, a maioria da população é formada por velhos.
Já não é tão fácil criar filhos como antigamente, as figuras familiares se desintegraram na correria da vida contemporânea, não há mais o pai provedor, a mãe que cuida do lar é verdadeiramente uma figura do passado, aquelas características que vemos nos livros de avós velhas, gordas e bonachonas que fazem bolos e doces para agradar aos netos não pertencem ao nosso mundo mais, as avós de hoje são jovens, "saradas", e se preocupam tanto com a imagem que não comem doces e muitas nem sabem cozinhar para agradar aos netos, isso fora o fato de que a maioria trabalha e não teria tempo para dispensar os cuidados que as dos livros têm para com os netinhos... irmãos?? muitos não o têm mais, há gerações de filhos únicos...
As diversões são cada vez mais solitárias, com a ausência dos pais (que necessitam?! trabalhar) os filhos ficam aos cuidados das babás, na maioria das vezes eletrônicas (TV, Computador, vídeo-game), cercados de tecnologia, já não vejo mais as brincadeiras de roda, a criançada correndo na rua, são filhos únicos de uma geração que tem medo de subir em árvore, que brinca em parquinhos pré-fabricados, que não precisa improvisar seu próprio brinquedo...
Me pergunto que tipo de pessoas teremos no futuro e novamente me vêm a mente Vinícius "filhos? melhor não tê-los" embora a dúvida permaneça "mas se não os temos, como sabê-lo?".

sábado, agosto 16, 2008

Que fique dito


Sim eu tenho medo, não sei quanto aos outros, mas eu tenho, diante de tudo que me tem acontecido ultimamente tenho medo de não estar mais aqui para ver as coisas acontecerem, ao menos não no estado que estou hoje, sei que a morte é um estado inevitável e o verdadeiro do ser humano, creio piamente na sobrevivência da alma sobre o corpo, aposto minha vida nisso, no entanto pensar em deixar uma filha pequena ainda, um futuro promissor (nem tão promissor assim), os amigos, os parentes (não que eu vá fazer tanta falta, mas gosto de pensar que vou), deixar meus livros, meus cds, deixar a possibilidade de viver novamente uma história de amor (mesmo que antiga) isso tudo me dá medo...
O bom das situações de perigo é que elas nos fazem pensar melhor sobre a nossa vida, como dizia aquele filósofo antigo "viver é se preparar para a morte" e ao que parece nunca vivemos suficientemente bem, já que não nos sentimos preparados para morrer em momento algum.
Eu queria fazer um testamento, mas não tenho bens suficientes pra isso, embora eu tenha bens que nenhum homem considerado "rico" seja capaz de imaginar quais são.
Tenho meus livros, alguns bem velhos, outros intactos ainda e tantos que eu gostaria de reler, se fosse para deixá-los para alguém ficaria na dúvida entre minhas duas amigas irmãs que gostam de ler mais que eu: Diva e Ana Paula.
E tenho meus cds, alguns que comprei ainda em Uberlândia deixando de comprar miojos para gastar a grana em música, afinal de contas "sem comida a gente vive, sem música é impossível" pensava na época, acho que pela lembraça os deixaria para a Gicélia ou para o Paulo.
Meus pais eu deixaria para meus irmãos que apesar de não serem perfeitos os amam tanto quanto eu.
Minha filha eu não saberia para quem deixar, tenho medo de ela se internalizar muito ficando com o pai, mas também não saberia lhe tirar esse direito, sei que não devo eximí-lo desse dever, embora eu quisesse que ela crescesse numa casa cheia de gente e de alegria, cercada de palavras, pois os silêncios que ela carrega consigo são pesados já para uma criança de 5 anos... Meu bem mais precioso, minha sementinha gerada com amor para permanecer após minha partida, quantas vezes brigando com ela meu coração não amoleceu e eu tive ímpetos de beijá-la e abraçá-la e ainda assim tive de ser dura só para ensinar a ela alguma coisa, quantas vezes não tive vontade de não trabalhar para ficar ao lado dela e quantas e quantas vezes me arrependi de não ter dado a ela todo o amor que sei que sou capaz de doar a uma pessoa, nuances da imperfeição que carrego em mim...
Também vou sentir não ter dito mais eu te amo pras pessoas, mas tudo bem, ninguém é perfeito mesmo...
Que fique dito!

domingo, agosto 03, 2008

Na minha época...

O primeiro sintoma da velhice é a famosa introdução do " na minha época" nas frases que se diz... pois bem...
Na minha época não tinha, ou ao menos eu não sabia nada a respeito da tal fada dos dentes, o dente amolecia, a mãe amarrava uma linha nele pra gente brincar e quando menos esperávamos ela puxava e arrancava o dente, contando assim parece uma crueldade.
O fato é que a coisa funcionava e curtíamos ficar com a linha amarrada no dente brincando de puxar pra lá e pra cá mesmo sem a tal fada dos dentes.
O dente da Mari não amoleceu, começou a nascer outro por trás sem que o da frente caísse, claro que fiquei desesperada, mãe de primeira viagem, sem muito conhecimento de como a coisa funciona (afinal era tão pequena quando aconteceu comigo), fiquei braba porque o pai não a levou ao dentista, mesmo eu tendo pedido muito, depois fiquei conformada, afinal os pais são assim mesmo, no fim é a mãe que cuida, que leva ao médico, que acorda de madrugada pra medir a temperatura, que leva ao dentista, que educa...
Acabou que o dentinho começou a amolecer e minha mãe amarrou um fio dental no dente e ela está curtindo pra caramba brincar com o fio, maior engraçado isso... exceto pelo fato de ela crer na fada do dente e esperar ganhar um presente no fim do processo (aliás presente que sairá do meu bolso né?! rs)
...
na minha época não era assim não...