domingo, julho 27, 2008

AMOR e... Sexo?


Acabo de assistir ao "Amor nos tempos do Cólera" e, novamente, sinto como se o amor fosse aquele impossível que nos aguarda no fim do caminho...
Inevitável não chorar, não sentir inveja de ser amada por tanto tempo, inevitável não querer ser personagem principal da história...
Ah o amor e suas ilusões, dificuldades, perseveranças, seus disfarces, suas faltas a serem supridas, seus subterfúgios, seus prazeres fugidios, imaginários... o amor e tudo o que ele acarreta para nós... suportaríamos amar de tal forma que o corpo envelhecido fosse superficial em detrimento da alma intocada pelo tempo?
Os amores de juventude, amadurecidos, sobreviveriam?
Os amores não congelados pelo tempo, sobreviveriam?
Os amores sem tragédias, sobreviveriam?
Os amor é a busca infinita de curar o vazio que carregamos em nós...
NO entanto para manter a sanidade, talvez outros espaços vazios devam ser preenchidos, enquanto o amor não vem...
E quem sabe, não tenhamos a sorte de um dia podermos comer as castanhas e as frutas antes de nos lambuzarmos de sorvete...

sexta-feira, julho 25, 2008

SEXO & ... amor?

Jamais, até então, pude entender como os homens separam tão bem a relação sexual da relação amorosa, pensava que sexo não fazia sentido sem amor ou algum sentimento forte que se equiparasse ao amor, cheguei até a ter discussões acaloradas sobre isso na adolescência com um amigo que comparava o sexo ao sorvete e o amor aos adereços que se colocava no sorvete (castanhas, caldas, frutas), segundo ele o sorvete era bom mesmo sem adereços, enquanto que para mim o amor sempre fora o sorvete, os adereços é que representariam o sexo...
Um pouco disso se deve, óbvio, à educação judaico-cristã que desde muito cedo nos faz crer no pecado e em suas consequências, outro tanto se deve ao romantismo, tão incutido nas mulheres, mesmo as contemporâneas, e uma boa parte se deve as experiências sexuais fracassadas, ruins de cada um (afinal se não é para ser tão bom assim é melhor mesmo que haja muito amor, pra compensar).
Mas, afinal: o que é sorvete e o que é adereço?
Se faço a pergunta é porque já não sei mais qual é qual, se o amor é deveras bom, o sexo quando é muito bom nem precisa do amor, é bom por si e em si mesmo...
Se soubesse disso antes, se imaginasse que algum dia daria razão ao meu então amigo, que comparou o sexo ao sorvete, teria sorvido todos os sorvetes que me foram oferecidos e deixaria para o fim os adereços, pois de fato, talvez o amor, só no fim possa surgir, quando o corpo já não obedece aos desejos e a alma anseia mais pelas abstrações que pelas concretudes.

segunda-feira, julho 14, 2008

Culpa?

Os países desenvolvidos são responsáveis pela emissão dos gases que aquecem o planeta, portanto eles devem reverter essa situação, os países em desenvolvimento como começaram há pouco não precisam se comprometer...
Fico pensando nesse argumento do G5 e me pergunto: afinal se o planeta, de repente, deixar de ser habitável somente os que moram nos países desenvolvidos serão extintos?
A culpa pode até ser de alguns, mas as consequências atingirão a todos, o argumento da culpa não exime ninguém do resultado dessa ação, afinal o que está em jogo é a sobrevivência humana, é a habitabilidade do planeta.
Todo ser humano psicologicamente maduro sabe que tem de abrir mão de algumas coisas para conseguir outras mais importantes, nesse caso o que se tem de fazer é avaliar o que é importante, pois estamos abrindo mão da própria vida para adquirir os bens materiais que logo logo não poderemos mais usar...

sexta-feira, julho 11, 2008

Parâmetros...



Todos temos nossos parâmetros, nossas exigências íntimas, de um modo ou outro não somos assim tão bons quanto gostaríamos de ser...
Eu gostaria de ser tão inteligente quanto a Ana pensa que eu sou, tão bonita quanto o Renato me vê, tão boa pessoa quanto meu pai acredita... eu, às vezes, gostaria de ser esse exagero de algumas qualidades que mal tenho...
E no fundo o problema é sempre o "eu", os outros não têm nada a ver com nossos parâmetros, ninguém é obrigado a ser alto só porque eu gosto de homens altos (aliás o que nem é bem verdade uma vez que acontecimentos recentes me mostraram que eu poderia sim gostar de um cara que nem é tão alto assim), com o tempo nos tornamos mais tolerantes e menos rígidos em nossos parâmetros, atualmente eu suportaria bem conviver com um cara que nem fosse tão inteligente mas se esforçasse pra me fazer feliz, quer dizer, meu parâmetro mudou...
Ultimamente meus amigos atuais podem curtir pagode ou funk o que na época áurea da minha vida não seria aceitável...
Ainda não tolero falsidade, prefiro os canalhas assumidos, mas com o tempo devo aprender a ser falsa também, afinal pra viver no mundo que vivemos doses de falsidade são necessárias, aliás falsidade não, o nome bonito é "diplomacia", estou aprendendo e o curso que deusinho me deu pra isso é muito bom, deveria ter vindo em doses homeopáticas mas veio em comprimidos enormes, ando engolindo-os, vejamos no que dá...
Alguns parâmetros não vão mudar nunca, por exemplo música boa pra mim é Chico Buarque...
Aliás, vou me deitar no sofá pra ouví-lo melhor!!

sexta-feira, julho 04, 2008

Vontades...

Hoje tive vontade de ser bonita, faz tempo que não dá uma vontade assim, hoje deu...
Não gosto quando tenho essa vontade, pois isso quer dizer que percebi o quanto não sou bonita e que de repente seria bom sê-lo...
Às vezes penso que tenho outros predicados, até mais importantes que a beleza, mas quem num primeiro encontro vai se preocupar em saber se você leu Sócrates, Aristóteles, Nietzsche, se você ouve Mozart e gosta de Saramago? Aliás, coisas que para a maioria das pessoas não faz diferença alguma e certamente chama muito menos atenção do que um seio farto ou uma bunda bem torneada...
Fiquei pensando no que tenho pra oferecer a um homem (aliás tem um que sempre me pergunta isso né?? rs) pra ele gostar de mim e, no fundo, no fundo, não achei nada assim de tão interessante, não tenho mais grandes ilusões, não tenho sonhos fantásticos, não tenho dinheiro, não tenho uma casa linda, não tenho um corpo lindo... tenho uma filha, um emprego braçal, um monte de neuras, alguns poucos sonhos e um vazio insonso dentro do peito que às vezes me dá náuseas, só de pensar!
No fundo eu sei que isso não importa, que a beleza passa, que o que fica, quando envelhecemos é o companheirismo, é a alegria de viver com, de com partilhar (o problema é que ninguém pensa nisso quando é jovem!)...
Ah... mas como eu queria só hoje ter sido bonita, ao menos para aqueles olhos que ousaram, de relance, me notar.