terça-feira, fevereiro 22, 2011

Dos amores e outras coisas...

Dos amores que tive, uns 90 por cento foram platônicos. Era bom gostar de alguém, melhor se esse alguém não te decepcionasse, e pra fugir da decepção era necessário haver um certo segredo além daquela distância intransponível tão reverenciada por nosso grande mestre Platão.
Eu pensei sempre que isso se desse pelo fato de eu não me sentir uma garota atraente sexualmente, já que sempre fui gordinha e, não sei se por isso ou não, eu gostava de ler, de estudar, era desleixada com minha aparência, de tal modo que não chamava a atenção dos garotos e se chamava nem me dava conta.
Uma vez depois de ingressar na faculdade, fiquei verdadeiramente preocupada com isso, afinal eu estava na universidade e ainda era virgem, ainda não tinha me apaixonado verdadeiramente nunca, não era possível eu ser tão feia assim, foi então que decidi entrar na academia e parar de comer errado, comecei a fazer todas essas coisas que as mulheres fazem quando querem ficar lindas, digamos que comecei a me sentir atraente, os garotos começaram a olhar pra mim com outros olhos, perdi a invisibilidade (até hoje não sei se foi porque eu me senti atraente e comecei a prestar atenção neles, ou se porque eu realmente fiquei atraente).
Durou pouco, o tempo de eu descobrir que ser atraente faz um bocado de homens se aproximarem de você por aqueles motivos tolos que a maioria dos homens se aproxima das mulheres.
Lembro que nessa época eu fiquei muito triste, eu chorava e me fazia perguntas do tipo: será que sou gay? Por que será que os garotos não me interessam? Por que será que os vejo assim tão idiotas?
Acabei namorando um garoto qualquer que gostou de mim sei lá por quê, deixei de ser virgem, foi tão estranho eu tinha tanto medo de ficar grávida, achava que ser mãe de um filho com um homem que eu não gostava devia ser a pior coisa do mundo. Por fim terminei com ele, só consegui ser sincera e dizer que não gostava dele, nunca tinha visto um homem chorar, na época me senti envaidecida de alguém gostar tanto assim de mim...
Continuei estudando, tentei mudar de ares, de cidade, de faculdade...
E foi então que se deu o grande fato que mudaria toda a minha vida:
Eu o conheci e ao conhece-lo foi como se de repente todos os outros garotos deixassem de ter existido.
Uma vez perguntei pro meu pai, no auge do meu ceticismo:
- Pai, como foi que você soube que gostava da mamãe? Como soube que gostava dela a ponto de se casar? De viver a vida toda juntos?
A resposta dele é minha definição de amor até hoje:
- Ah filha, quando a gente gosta de uma pessoa a gente não pensa nessas coisas, a gente acha que vai ser sempre bom.
Até então eu nunca tinha sentido que seria sempre bom com alguém pra sempre, com ele eu senti.
Ele era tão inexperiente como eu, sabia de amores o mesmo que eu e começamos a descobrir as coisas, primeiro através das palavras, depois dos gestos, tivemos uma filha, e por incrível que pareça eu não tive medo, depois os dois desempregados batalhamos um bocado, passamos mal pedaços e eu não tive medo, até que um dia, sem saber ao certo por que ele descobriu que não me amava então eu tive medo e fui embora.
Agora eu sei porque eu achava todos os garotos uns idiotas e porque todos os meus amores foram sempre platônicos...
Certamente eu tive azar, fui ser corajosa logo na vez que não ia dar certo, podia ter sido corajosa uma outra vez, mas não fui e também não tenho vontade de ser, eu sei que devia pensar diferente, que ser sozinho é muito triste mas tristezas assim como alegrias é pra quem tem coração o meu virou pedra de gelo e derreteu todinho!

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

São Paulo, terça-feira, 08 de fevereiro de 2011 (Folha de São Paulo)

Cientistas curam HIV de camundongo
O sistema imune dos animais foi manipulado para lutar até o fim contra uma variação do vírus que os atinge

Resultado é promissor, mas quantidade muito elevada de efeitos colaterais faz com que técnica seja insegura

RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO

Eis um enunciado científico muito aguardado: cientistas curaram uma doença similar à Aids, em camundongos. Há, porém, um grande entretanto: os bichos ficaram sem uma variação do HIV que atinge a espécie, mas tiveram tantos efeitos colaterais após o "tratamento" que quase morreram.
Os cientistas não utilizaram antivirais. Forçaram o próprio sistema imunológico dos animais a lutar contra o vírus -e, surpreendentemente, ele conseguiu vencer.
Eles sabiam que o sistema imunológico dos camundongos, assim como o dos humanos, tem uma espécies de disjuntor. Quando ele se depara com um inimigo muito forte, como o HIV, e atinge um estado crítico, o disjuntor "desliga" o sistema, para evitar danos permanentes. É como se o sistema imunológico estivesse se rendendo.


Que louco isso não? O sistema reage sozinho no entanto ele avalia antes: se os efeitos colaterais matarem antes da doença ele deixa a doença prevalecer... é tão perfeito... sei lá, como dizia Einstein, quanto mais conhecimento se adquire mais se tem noção de que deve haver um Deus.
Bem daqui a pouco os camundongos vão poder voltar à promiscuidade sem correr riscos graves de morte! rs