quarta-feira, junho 22, 2005

Poesia!

Olha que legal, tentando me recuperar, buscando em mim mesma as coisas legais eu me lembrei que fazia poesia, que poetizava!
Não lembrava mais disso, tinha esquecido, mas já lembrei!
Vou colocar um poema aqui, que eu fiz há muito tempo e espero colocar em breve um que tenha feito recentemente!

Esse poema eu fiz há uns 5 anos atrás, na beira do mar, na praia vermelha! ainda me lembro das ondas e daquele cheiro de maresia e das pessoas lindas que passavam por lá e lembro do que eu senti naqueles instantes em que deixei a caneta deslizar no papel e a tinta virar poema!

Desesperança

Tem dias que a gente acorda assim: desesperançado!
Não que haja muito a ser dito sobre esses dias
Entretanto, calar-se, é ser demasiadamente omisso.
Nesses dias, tenta-se de tudo:
televisão, computador, Chico Buarque...
telefone, chocolates, Fernando Pessoa...
ler, escrever, conversar, andar na Paulista...
Drummond, lexotam, Marcel Duchamp...
filosofia, poesia, psicoterapia, psicopatias...
sorrir, chorar, se masturbar...
meditação, florais de Bach, suicídio...

Há um cansaço tamanho, uma desesperança, um desassossego...
como se o mundo não soubesse passar,
ou não déssemos por esse passamento.
Em dias assim, os quadros da parede já não fazem diferença,
os amigos já não se diferenciam,
os amores não se distinguem,
tudo passa do múltiplo ao único: o sentimento do mundo!!!
Mas como, meu Deus!, apenas com duas mãos...
duas mãos é muito pouco, precisavam ser ao menos quatro!!

Talvez, uma de nossas mãos tenha sido feita
para se enlaçar em outra mão e ambas,
juntas,
não se largarem nunca mais!

quarta-feira, junho 01, 2005

As últimas...


Não sei se é sabido de todos que eu e o Reinaldo nos separamos...
Pois é... não deu certo, nossos caminhos, que se cruzaram um dia, se distanciaram de tal maneira que a convivência se tornou um sofrimento para ambos e quando é assim o melhor é mesmo tentar algo melhor...
Estou escrevendo porque hoje foi um dia especial, estou inspirada, feliz, deu vontade de contar como estou (embora meu blog não seja tão visitado assim pelos meus amigos)...
Bem, acabei de chegar do trabalho, são 10: 45 da noite, encontrei a Mari dormindo no quarto, quietinha, a dona Cecília disse que lá pelas 8 horas ela tomou a mamadeira e se dirigiu ao quarto, deitou na cama e dormiu, fiquei super feliz, porque quando saí a dona Cecília (minha vizinha, que está cuidando dela) disse que eu ia trabalhar e ela choramingou, daí ela falou que não era pra eu falar que eu ia trabalhar porque ela ia chorar e eu respondi que não, que eu ia dizer sim e ia me despedir dela, porque ela tem de saber que eu vou trabalhar e que eu volto, quero ser honesta com ela, me despedi, disse que ia trabalhar porque tenho que manter a casa e que eu voltava logo, que ela ficasse bem! dei-lhe um beijo e fui embora, ela não chorou, não sei se entendeu, eu fui tão confiante no que disse que talvez ela tenha percebido a seriedade daquelas palavras...
No trabalho está ótimo, depois que cheguei de sampa estou toda enfeitada, a Diva me deu anel, colar, brincos... e eu faço questão de ir bem arrumada pra escola, de anel, colar, brinco, batom, roupa arrumadinha, tudo que tenho direito, os alunos me elogiaram pra caramba, dizem que eu estou bonita, parece que vou a uma festa, perguntaram até se eu me casei (rs...)...
Eu estou feliz, minha relação com eles melhorou, estou mais ligth, brinco um pouco, explico um pouco, dou aula me divertindo e tenho tido ótimas idéias pra trabalhar com eles... minha casa está arrumadinha, eu tenho ânimo pra brincar com a Mari... não sei, alguma coisa mudou, eu recuperei um pouco minha alegria de viver, me desacomodei, sei lá...
Não sei se essa é uma reação normal, às vezes penso se não estou enganando a mim mesma, mas parece tão verdadeiro o que eu sinto, parece tão natural, estou mais simpática com as pessoas, não sei, a alegria atrai, a tristeza afasta...
Não sei quanto tempo isso vai durar, fico com medo de de repente acordar triste ou deprimida, sem vontade de fazer nada, daí quando penso em algo ruim eu digo pra mim mesma: "por que vou pensar desse jeito" e tento ver o outro lado, analisar de outro modo aquilo... tem dado certo!
Está sendo uma experiência boa essa...
A Mari está muito carinhosa comigo, contratei uma van pra levar e buscar ela na escolinha, ontem foi o primeiro dia que ela foi, quando chegou a moça falou pra mim que ela é um amor de criança, que não deu um pingo de trabalho, ela foi e voltou sorrindo...
E eu fico até emocionada com isso sabia? porque Deus me confiou essa coisinha linda e dócil que em vez de me atrapalhar está me ajudando a me manter firme e forte, a ver felicidade nas migalhas de tempo que passamos juntas... ser mãe é uma coisa linda demais!
E a vida segue seu rumo, as tristezas virão (elas sempre vêm), cair é próprio do ser humano, se manter no chão é para os fracos, como diz a música "levanta, sacode a poeira" e segue adiante, porque o mundo é impermanência e somos seres raros, únicos, vivendo momentos irrepetíveis, experiências que nos fazem crescer, lembro Nietzsche quando ele lança a maldição "pense se cada momento que vc vive se repetisse eternamente" bem então temos de fazer cada momento ser bom, porque caso ele se repita eternamente, estaremos a salvo: do inferno (nosso inferno pessoal!).