quinta-feira, setembro 17, 2020

Onde está Wally? Onde está você? Onde estou Eu?

 Onde está Wally?

Onde está você? 

Onde estou eu?

De repente surge em meio ao caos, à bagunça, figuras sobrepostas, dispostas nos mais variados matizes ocupando espaços vazios porque o vazio é dolorido e Wally se esconde no meio de tanta bagunça, de tanto caos pra não sentir o vazio que o rodeio...

ah o vazio... sempre foi o vazio e o medo de ser engolida por ele, de pertencer a ele, nadificar, como se o não-ser estivesse ali à espreita apenas esperando a hora de dizer "você e eu somos um".

Wally quer ser encontrado mas se camufla, quer ser visto mas pelos olhos certos, pelos motivos certos, os desatentos não o percebem, os que apenas passam os olhos não o vêem, ele quer ser olhado, procurado, encontrado, mas por quem? 

Encontrar Wally é o objetivo do jogo, no entanto quando o objetivo é alcançado o que resta?

Qual objetivo vem após o objetivo?

Wally já pensou nisso? que quando ele é encontrado acaba o jogo?

Wally o que você quer? por que se camufla? por que se esconde? que vazio é esse que precisa ser preenchido com tantas coisas juntas?

Esse caos te dá sentido? Essa bagunça te justifica?

E o que me justifica? o que me dá sentido? 

Será que é pelo medo de ver o nada? ou de descobrir que o nada nao existe? será que é medo do jogo acabar? 

E se de repente a gente encontrar Wally e o jogo não acabar? E se for só o começo?

E se depois do começo "o que vier começar a ser o fim"?

Eu me digo e me contradigo, me escondo e me revelo, porque sou sem ser e quando não sou é quando verdadeiramente estou sendo.

Mas esse vazio, sim esse vazio que precisa ser incessantemente preenchido... ah esse vazio, talvez seja isso Wally que tenhamos em comum, não nos escondemos, temos apenas necessidade de preencher o vazio que nos cerca.

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