Carta aberta ao Jornalista Reinaldo Azevedo
Caro Jornalista,Confesso não ter muita simpatia por jornalistas, primeiro porque só se tornou profissão há pouco (até então qualquer um poderia fazer o que vocês fazem), segundo porque o conhecimento jornalístico é raso demais para ser levado a sério como conhecimento (a meu ver é mera informação).
Meu namorado leva a sério as coisas que o senhor diz em seu programa na rádio. Ouvi algumas vezes e não achei nada demais, até desgostei de algumas críticas duras que vossa senhoria fez, não porque foram imerecidas, mas porque faz entender que do outro lado não há motivos para críticas, infelizmente a mente humana das grandes massas ainda é dualista.
Desde que comecei a namorar esse homem que o admira venho corrigindo-o pois ele tem mania de dizer menas. E ontem ele veio me dizer que saiu de sua boca que menas existe. Fiquei estupefata. Primeiro obviamente me senti ignorante (ó céus já não conheço mais nada da lingua portuguesa, pensei), depois resolvi pesquisar se a nova gramática havia incorporado na língua culta a flexão trágica desse advérbio. Não contente com minhas pesquisas, consultei uma amiga professora de português e diante de minha constatação de que realmente menas não existe percebi que devia alertá-lo para que, o senhor, sendo pessoa pública e tendo outros que prestam atenção em suas palavras não bradasse verdades aos outros exceto se tivesse certeza. Porque meu caro... é muito triste ver alguém estufar o peito e fazer discursos pseudoverdadeiros a um bando de ignorantes... a cena é realmente grotesca de se imaginar. Não que eu saiba muito, como Sócrates, admito, que meu único conhecimento é a extensão da minha ignorância. No entanto não sou pessoa pública e as raras vezes em que pronuncio em público assertivas com pretensão de verdade verifico se tenho fontes seguras.
Muito grata ao senhor pela atenção dispensada.
E lembre-se: nossos melhores amigos são os que nos alertam para nossos erros, não aqueles que lambem nosso rabo!
postado por Shirley Suely @ 1:25 PM
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