terça-feira, julho 15, 2014

A culpa é... de quem mesmo??

Sempre das estrelas!! são elas as verdadeiras culpadas desses arroubos apaixonados... E então as estrelas são engarrafadas!!
O que importa mais que os romances?? A dor!! A vida!! A presença daqueles que amam!!
Depois de muito relutar e por pura falta de opção (no horário que eu pude ir) fui ver " A culpa é das estrelas". Relutei principalmente porque não gosto de best sellers, o que cai no gosto popular normalmente é vulgar, sem profundidade suficiente para o meu gosto apurado (e com isso não quero me exaltar, pelo contrário, apurado no sentido de tão ruim que nada do que gosto cai no gosto da maioria). Enfim aconteceu o inesperado.
O filme é de uma profundidade que me comoveu às lágrimas.
Não prestem atenção na história de amor... certamente os personagens ditos principais são bonitos, sonhadores e merecem ser levados em conta mas os outros... ah os outros!!
Quem teve na família casos de pessoas doentes, com câncer ou outras doenças terminais, saberá do que falo.
Para os doentes é a culpa de estarem ali dando trabalho, sendo cuidados como se estivessem atrapalhando a vida alheia, como se fora melhor morrer logo de vez.
Para os que cuidam é a sensação do prazer, da alegria que é estar ali, apesar de todo sofrimento.
Há no filme diálogos belíssimos, alguns me marcaram muito.
Fugir para não fazer o outro sofrer?? quem já não fez isso!!
O que importa quanto tempo temos ao lado de alguém, se há amor, qualquer tempo é válido, se há amor!!
E é sempre útil manter entre os dentes aquilo que pode nos matar e jamais permitir que nos mate!!
Porque o amor vai além de tudo e ainda que tenhamos de mudar toda a nossa vida para cuidar dos que amamos isso é um prazer, isso é ser feliz de verdade, porque o trabalho é parte da vida assim como as alegrias.
De coração, se você me desse trabalho 50 anos eu seria feliz 50 anos cuidando de você: porque eu te amo demais!!!!

quarta-feira, julho 09, 2014

Bucólica eu??

Imagino uma casinha em cima de uma montanha e apenas uma estrada de terra levando até ela.
Seria uma vida boa conseguir viver assim.
Sempre tive inveja dos que se mudaram pra Sana, imaginava eu inSana, morando nas montanhas, lavando roupas nos rios, bebendo água das fontes...
Uma mulher das montanhas, autêntica, feliz (??), quem sabe o que eu seria...
Depois de imaginar minha vida bucólica inSana, penso nas delícias da civilização, nos livros que não poderia levar pras cavernas e nas progressivas e chapinhas e nos celulares que abriria mão em prol de uma autenticidade que me faria talvez mais animalizada do que feliz.
Fugir do mundo seria o céu, no entanto, qualquer lugar fora do mundo se assemelha ao inferno.
Admiro os que largam a vida em prol de algo maior, os indianos se abandonam às margens do Gangis e se isolam para atingir a iluminação e eu me ilumino acendendo o interruptor. Que luz é mais forte? 
A cada um de acordo com suas forças! Se, de fato, sou aquela que não nasceu pra isso, também sou a que não nasceu praquilo.
Eu sonho com a casinha em cima da montanha e diante das dificuldades meu sonho se desvanece.
Eu vi um quintal cheio de crianças correndo e brincando e pensei que viver fosse ter uma casa assim, com mangueiras e goiabeiras no quintal, crianças brincando, um homem consertando coisas e eu fazendo bolo de chocolate, toda suja de farinha... foi um sonho bonito.
E a vida se desenrolou à revelia dos meus sonhos, já quis viver inSana, já quis a casinha da montanha, já quis o homem consertando as coisas e do que quis fiquei com o que me veio à mão: vivo na razão, num sobrado de pedra em meio à grande cidade, e o homem nao consertava nada, ao contrário, quebrou meu coração em mil pedaços que ainda estou colando aos poucos... (faltam umas pecinhas poucas).
Haverá felicidade possível??
Quero meus sonhos de volta!!

segunda-feira, julho 07, 2014

sobre mentiras e outras coisas

Eu minto às vezes, mais pra mim mesma do que pra qualquer outra pessoa, minto porque tenho medo de sair por aí sem essa máscara de malvada que atrelei ao rosto e descobrirem que sou apenas mais uma tola que crê em contos de fadas... Minto porque às vezes dizer a verdade te faz vulnerável aos julgamentos alheios e ninguém quer ser julgado, ainda mais por outros iguais a nós mesmos... Minto porque a verdade tem algo de assustador ainda que depois de encará-la nos apaixonemos por ela... Minto porque aprendi que esse é o melhor jeito de viver protegido nesse mundo cão em que me jogaram. Se eu dissesse a verdade o que seria de mim? Quem me amaria? Se eu dissesse que tenho ciúmes e que quero seus beijos só pra mim?? Que tipo de louca ou egoísta pensaria ele que sou?? Se eu dissesse que tenho vontade de ter ele aqui perto de mim todo dia, toda hora? Eu luto com unhas e dentes com aquilo que sou, com aquilo que sinto, com aquilo que quero... Eu luto contra mim o tempo todo e tenho muita dificuldade em admitir... mas no fundo... lá no fundo... eu sei que aqui dentro bate tão somente um coração romântico e por mais que eu tente disfarçar ou me enganar não tem jeito, você me faz admitir a cada gesto e palavra minha que eu estou simplesmente: apaixonada por você!!

domingo, julho 06, 2014

Distâncias e silêncios...

Porque estar distante é doído, principalmente quando sabemos que a outra pessoa precisa de um abraço. Montaigne dizia que a amizade tem braços tão longos que conseguem abraçar os amigos ainda que se encontrem em outros continentes. E de fato, penso ser isso possível porque me sinto abraçada todas as vezes que alguma amiga querida se lembra de mim e me escreve algo ou me liga ou pensa forte em mim. A geografia brinca comigo e embora ela seja paupável há em mim um coração que bate a despeito das distâncias e há um pensamento que me leva onde quero e me permite viver muito além de onde estou. Tenho tesouros em forma de amigos espalhados por muitos cantos e sinto falta de tê-los por perto pra gente brigar de vez em quando, porque assim tão longe não temos tempo de brigar. E sinto falta de um amor que possa estar na minha cama vazia embora haja amor em meu coração e também nos bons dias e boas noites que recebo diariamente. Talvez eu tenha nascido pra estar distante, quem poderá contestar isso? De qualquer modo, ainda que a geografia não me queira por perto, insistirei em me fazer presença e lutarei contra os espaços e as distâncias, porque pior que todas as distâncias são os silêncios, esses sim doem mais que a morte!!