domingo, junho 19, 2022

Aprovação

 Há provas que a gente não quer ser aprovado, você quer ficar abaixo do mínimo e ter resultado negativo.

Testei positivo para covid...

Foi tardio, estou vacinada, os sintomas fracos foram dor no corpo, dor de cabeça e tosse já o sintoma forte foi o isolamento.

Começou ontem, um dia de isolamento e já quero sair correndo desse quarto e gritando pelo mundo e abraçando as pessoas.

É uma sensação estranha essa do isolamento, parece castigo no entanto é ainda pior, porque no castigo se você desobedecer normalmente é você quem sofre as consequências e nesse caso se desobedecer outras pessoas vão sofrer as consequências.

Isso me lembra de uma fala minha sobre alguém que não tem tempo de cuidar de si mas sempre cuida dos outros, é estranho isso, você fica doente e não vai ao médico e não tira tempo para você mas se quem você ama ficar doente você tira tempo e leva ao médico e cuida do outro porque afinal você o ama e o auto-amor?

O auto-amor, a auto-convivencia, o importar-se consigo mesmo, cuidar de si como se fosse a pessoa que você mais ama na vida.

Eis que achei meu objetivo pros próximos dias, ficarei isolada mas não sozinha, estarei na companhia de alguém que amo e admiro e vou cuidar dessa pessoa que amo muito bem, vou conviver com ela e dispensar os melhores cuidados, vou conversar com ela, saber o que ela quer, conhece-la um pouco melhor e amá-la intensamente esses dias, já é hora de amar-se!!

segunda-feira, junho 06, 2022

O corpo fala

 O corpo fala mais de nós mesmos do que imaginamos.

Muitas vezes, inclusive, o corpo fala não apenas de nós mas fala por nós!

Eu sei quando estou feliz porque me olho no espelho e me acho linda, admiro meu cabelo, de certo modo ele reflete minha coragem, minha maturidade, minha auto-estima, não me acho velha por ter cabelos brancos, eles se manifestaram em mim e eu os acolhi, me sinto generosa por isso!! Embora alguns dias eu me olhe no espelho e não me reconheça, me acho feia, é como se essa não fosse eu, amarro o cabelo e fico com a fisionomia triste.

Minha fisionomia sempre foi um problema, não sei fazer cara de feliz se estiver triste, nem cara de triste se estiver feliz e dizem que minha cara de sarcástica é fatal. 

Amo ironias, me identifico com esse tipo de humor ácido que fere apenas se houver inteligência suficiente para ser compreendido, ainda que às vezes me acusem disso sem eu me dar conta da minha cara de irônica e jure inocência afinal não consigo me ver o tempo todo, será de bom tom carregar consigo um espelho (interrogação)* Seria isso encarado como narcisismo, será que alguém nesse mundo que vivemos, predominantemente voltado para a imagem, pensaria que um espelho é simples artifício de autoconhecimento (interrogação)*

Para não ser mal compreendida me desconheço.

O outro, o outro, o outro.

Sempre o outro.

O outro como desculpa, como entrave, como referencial, contraditor, espetáculo, represador de mim...

Estou farta do outro, quero aquele que me habita, me acolhe, me entende, aquele que amo ou deveria amar, aquele que vive cada segundo comigo e não me abandona mesmo nos piores momentos...

Meu corpo clama mudanças.

Está cansado de tentar preencher o vazio com comida, com validações...

Eu faço tudo ao mesmo tempo, eu quero tudo ao mesmo tempo, não quero perder nada e acabo perdendo o foco.

É como se escolher não fosse pra mim, como se meus braços fossem grandes o suficiente pra dar conta do Universo igual Deus.

Eu sei, não sou Deus, tenho de aprender a escolher, decidir, limitar... 

O corpo tem limites, me cobra limites, me impõe limites...

é o danado do desejo que não entende isso!!