quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Amor e Loucura

Não é novidade para ninguém a relação do amor com a loucura, ontem assisti ao comentado
"Swenney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet" mais um exemplo de como o amor pode gerar a loucura, fiquei surpresa de assistir a um filme em parte cantado, apesar de ter achado interessante essa experiência estética... o Cenário, figurino, música, muito bons, o Jhonny Deep está com uma atuação maravilhosa e a história em si, apesar de simples gera reflexões interessantes, por exemplo dessa relação mais que conhecida e explorada entre amor e loucura, até onde o amor é saudável e a partir de quando vira loucura? Há também a reflexão sobre a vingança, ao se vingar a quem estamos prejudicando, aos outros? No filme (e creio que na vida, no geral) somos os únicos prejudicados ao nos vingarmos... Há também a reflexão sobre a sociedade, que não importa a época reproduz suas formas de poder (podres poderes, como já dizia Caetano)... e assim caminha a humanidade, caminha??

Tento conter minha indignação... tento ser otimista e acreditar num mundo mais justo, tento racionalizar as situações, no entanto em certo momento confesso que tive inveja do barbeiro, fiquei imaginando a sensação boa que ele teve ao extirpar do mundo aqueles seres vis (como ele mesmo diga-se de passagem)...
Há os maus por opção e os maus por ocasião (situacionais), não importa, todos são maus (ou deveria dizer somos?) e "todos merecem morrer, os pobres porque assim amenizam suas dores, e os ricos porque abusam dos pobres"...

O que dizer mais? quem se garante nesse mundo? quem está imune ao amor? ou à loucura?

Que mundo louco o que vivemos, que pessoas loucas temos à nossa volta, não se liga mais para nada, não se tem mais valores morais ou éticos, a vantagem material vem em primeiro lugar, não há mais generosidade, respeito, não há mais humanidade, ou talvez ser humano seja somente isso, ou talvez eu haja perdido a fé porque de fato, não consigo encontrar o que procuro no mundo, porque o que valorizo, o que penso ser importante não é para mais ninguém e se é não agem desse modo, valorizam da boca pra fora...
Que mundo é esse de injustiças, de enganos, de vantagens em que vivemos, em que vemos tudo errado o tempo todo?
Não quero viver nesse mundo mais, preciso fazer algo para mudá-lo, o que posso fazer? como agir? eu tinha ideais quando estava na faculdade, agora tenho noção da realidade, e o real excede em muito meu imaginário e minhas expectativas...
Tenho repensado várias coisas ultimamente, às vezes é preciso parar e pensar o que se quer pra depois continuar caminhando...
Às vezes é preciso reaprender a caminhar, começar devagar até andar de novo e poder correr...
Perdi a fé no ser humano, hoje estou sem fé, mas amanhã acordo de novo e a fé volta, sem eu querer, mas volta, porque sem isso não se pode viver... sem isso naõ se pode acordar a cada dia...






1 Comentários:

Às 9:53 PM , Blogger Ana disse...

Ler esse texto para mim hj significa o resumo de tudo que ando sentindo e pensando. Eu estou cansada dessa realidade que só nos fode (com o perdão da palavra), em que o pobre é humilhado e o rico exaltado.
Estou com esse sentimento muito presente em mim. Não quero mais ver e vivenciar essas atrocidades cotidianas e achar normal sentir raiva, desejar a morte de alguém. MAs ao mesmo tempo eu não quero cair naquela coisa do conto da Marina Colasanti, "de saber, mas não dever".
Na verdade, eu sinto vergonha do mundo que estamos construindo. Vergonha do que vamos deixar para a Mari e para os seus. Podia ser diferente. Podia mesmo. Mas confesso que não tenho mais vontade de desprender forças para construí-lo, pois vem sempre alguém mal intencionado e derruba. E me parece, hj, que virou moda o mal sempre vencer.
Cansei de brincar disso. Isso não é mais para mim. E tenho certeza: esse lugar não mais me pertence, pq eu não quero.

 

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