Achado....
Estava mexendo nuns arquivos antigos e achei um poeminha que fiz um dia, deu vontade de colocar ele aqui, principalmente porque acho que o fim do poema se realizou, será?
(Des)esperança
Tem dias que a gente acorda assim: desesperançado!
Não que haja muito a ser dito sobre esses dias
Entretanto, calar-se, é ser demasiadamente omisso.
Nesses dias, tenta-se de tudo:
televisão, computador, Chico Buarque...
telefone, chocolates, Fernando Pessoa...
ler, escrever, conversar, andar na Paulista...
Drummond, lexotam, Marcel Duchamp...
filosofia, poesia, psicoterapia, psicopatias...
sorrir, chorar, se masturbar...
meditação, florais de Bach, suicídio...
Há um cansaço tamanho, uma desesperança, um desassossego...
como se o mundo não soubesse passar,
ou não déssemos por esse passamento.
Em dias assim, os quadros da parede não fazem diferença,
os amigos não se diferenciam,
os amores não se distinguem,
tudo passa do múltiplo ao único: o sentimento do mundo!!!
Mas como, meu Deus!, apenas com duas mãos...
duas mãos é muito pouco, precisava ser ao menos quatro!!
Talvez uma de nossas mãos tenha sido feita
para enlaçar outra mão e ambas,
juntas,
não se largarem nunca mais!
quarta-feira, novembro 19, 2003
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