quinta-feira, janeiro 11, 2007

"E agora José?"

Nossa educação judaico-cristã (me desculpem os que odeiam essas palavras juntas) nos ensina que amor é algo sublime, que acontece raramente na vida e que deve durar até que a morte nos separe (atualmente até que o divórcio nos separe, ou nem isso, já que os casamentos no papel, pra valer, são cada vez mais raros)...
Me pergunto se é assim, se amor não é "fumaça" (como dizem os sensatos, ou loucos, vai saber!), pura ilusão, como a felicidade, a perfeição, a riqueza e tantas outras coisas que procuramos incessantemente, me pergunto se vale a pena continuar buscando ou se seria melhor aceitar a condição instável de tudo e aproveitar o instante do gozo, sabendo que logo em seguida vem a "porrada" ...
Me parece que na vida sempre haverá de se perguntar: "E agora José?"
As possibilidades nos esperam, ir ou não ir, crer ou não crer, ser ou não ser (pieguices a parte, essas questões não param de se suceder)...
Jean Paul tinha razão quando falava sobre a angústia, viver é angustiante mesmo, escolhemos o tempo todo, o que permanece é a angústia, a dúvida, essa assombração que se chama "e se..." (e se fosse diferente, e se eu fizesse assim e não de outro modo, e se eu tivesse virado à esquerda em vez da direita, e se tivesse me casado com aquele em vez deste, e se eu não tivesse isso ou aquilo ) essa procura incessante da melhor maneira de ser e fazer as coisas é que mata!
E ao final sobra só a vida, que às vezes é pouca para tantas dúvidas e angústias.
E agora José?

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