Pessimismos à parte...
Parece que a situação está cada vez pior, ler o jornal de manhã é um convite à depressão, ao menos se você ficar pensando naquilo que lê, é corrupção que não acaba mais, denúncias, hipocrisias, desonestidade até falar chega!Mas aí, supondo que você sobreviva a isso e consiga tomar um belo banho e seguir para o trabalho...
No meu caso, enquanto professora, hoje, especialmente, como estou trabalhando com meus alunos sobre valores éticos, discuti um pouco o que tem acontecido no país...
Fiquei um pouco apreensiva e consigo compreender porque chegamos nessa situação, entendi melhor porque leio tantas coisas ruins nos jornais, os políticos são nossos representantes e enquanto representantes do povo (da maioria que democraticamente votou) estão fazendo muito bem seu papel! Representam muito bem aqueles que os elegeram, pois estes também são desonestos, corruptos, covardes, hipócritas, em escala menor, porque as oportunidades não lhe chegam tão facilmente, mas se lhes fosse dada uma chance, uma chance sequer, aproveitariam certamente para colocar em prática todos os seus apetites e paixões...
Vivemos numa sociedade em que os valores foram deturpados.
O outro passou a ser uma figura temível e portanto é necessário destruí-lo, vide George Bush e sua intolerância ao fundamentalismo (exceto, claro, ao seu próprio fundamentalismo), o oriente é o outro, é o indesejável que precisa ser destruído, porque eu penso assim e a "liga do mal" pensa diferente.
Vivemos uma época terrível, de reformas e revoluções que estão esperando um pouco de coragem para surgir, um pouco de ideal, alguém que esteja disposto a dar a vida por aquilo que acredita, há alguém aí?
Vivemos num tempo de gente covarde, que teme tanto a morte que mal vive, e vive muito mal, subjugada socio-economica-moralmente.
Hoje assisti com um grupo de alunos, metade deles desinteressados, o filme Olga, é romântico, às vezes piegas, mas tem umas falas que dão vontade de acreditar e isso entre os alunos (aqueles desinteressados) provoca risos, vejam só, há uma hora no filme em que Olga é levada a um campo de concentração e pede uma vassoura para varrer o cubículo onde as colocaram, uma das presas com ela pergunta "mas de quê vai adiantar isso?" e ela responde "Eles acham que somos nada, que não somos humanos, eu não vou aceitar isso, vocês vão?"... era uma época de gente corajosa aquela, e os guerreiros, na história da humanidade, sempre se destacam porque amam a vida, mas a vida digna, a vida verdadeira, não essa sub vida que se oferece hoje como migalha, essa vida regada a pão (que mata a fome do corpo) e circo (ou deveria dizer futebol e carnaval ? que, supostamente, mata a fome do espírito).
Viver a qualquer custo... até que ponto viver faz sentido se não houver dignidade?

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