quarta-feira, maio 25, 2005

Separação...

Os átomos se agregam e se separam, nós vemos as coisas paradas sem saber que são formadas por partículas que giram sem parar (e é só por isso que as vemos, paradas!)...
A vida é contraditória, Heráclito tinha razão ao falar sobre a impermanência e os dialéticos tem provas de sua teoria o tempo todo, os opostos se manifestam a todo momento, alegria e tristeza, amor e ódio, ir e vir é o mesmo!
O rio que tomamos banho na infância não é mais o mesmo, nunca mais, depois daquele dia foi o mesmo... o primeiro beijo de amor nunca mais será igual, o primeiro filho, aquela sensação de esperança, não volta mais, nem a memória consegue mantê-la intacta, porque à medida que as coisas acontecem nossa memória (gregária) modifica o passado... não é só Heráclito que diz isso, O budismo também discorre sobre a impermanência... nada permanece, as coisas mudam o tempo todo e a única coisa que permanece é a impermanência! essa é a regra!
E embora saibamos disso, embora vivamos isso a cada dia de nossas vidas plageando uma amiga, um belo dia encontramos alguém que nos olha diferente, o coração bate mais forte, florescem sonhos, esperanças, ilusões de todo tipo e nossa sabedoria sai voando pela janela, nos lançamos, de alma, de corpo, de tudo mais que somos esperando vencer pra sempre o princípio impermanente, como se o amor pudesse parar o mundo e o tempo... no entanto o amor passa e muda com o mundo e com o tempo e de repente nos olhamos nos olhos e não nos reconhecemos, nossos corpos e almas e sonhos são diferentes, não somos mais os mesmos, nossos caminhos, que se cruzaram um dia, já não se complementam, estamos longe, sem querer...
E sem querer nos lembramos de novo, da impermanência, e nos lembramos como é difícil vivê-la em alguns momentos embora a desejemos para que esses instantes difíceis passem logo...
... porque um dia, tudo que vivemos, não vai passar de uma história!

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