cotidiano e afins: Re-encontros

domingo, julho 07, 2013

Re-encontros

Alguns reencontros são delicados, certificações exatas do que foi e será para sempre uma grande amizade. Outros são furiosos, incandescem-nos. Os encontros delicados são gostosos e agradáveis, são polidos, despropositados, são inesperados... Os furiosos são desejosos e deliciosamente encantadores, verdadeiros, inesperadamente planejados ... E assim somos... re-encontrando-nos pela vida... Um dia com delicadeza, outro com fúria. Um dia amigos, outro amantes... Um dia certos de que nossa amizade vai durar a vida todo, um dia incertos quanto ao quanto queremos estar um perto do outro... Não sei o que vai ser, nem me importa saber. Quando você foi embora eu pensei que ainda que você jamais esteja comigo de novo, ainda que jamais tenhamos nada um com o outro, ou nos vejamos, o amor é algo que não podem nos tirar... o amor é meu e ele pode morar em mim enquanto eu quiser. Não se pode decidir pelos outros, mas pode-se sempre decidir por si mesmo. E por mim está decidido, eu te amo para sempre, ainda que ame sozinha, ainda que não seja amada, ainda que você se case e tenha filhos, ou que você volte para sua esposa e seus filhos... Sempre vai haver outras pessoas entre nós... Então eu ouvi essa canção do Raul, que é muito linda, e vou colar ela aqui pra você: A Maçã Raul Seixas Se esse amor Ficar entre nós dois Vai ser tão pobre amor Vai se gastar... Se eu te amo e tu me amas Um amor a dois profana O amor de todos os mortais Porque quem gosta de maçã Irá gostar de todas Porque todas são iguais... Se eu te amo e tu me amas E outro vem quando tu chamas Como poderei te condenar Infinita tua beleza Como podes ficar presa Que nem santa num altar... Quando eu te escolhi Para morar junto de mim Eu quis ser tua alma Ter seu corpo, tudo enfim Mas compreendi Que além de dois existem mais... Amor só dura em liberdade O ciúme é só vaidade Sofro, mas eu vou te libertar O que é que eu quero Se eu te privo Do que eu mais venero Que é a beleza de deitar... Quando eu te escolhi Para morar junto de mim Eu quis ser tua alma Ter seu corpo, tudo enfim Mas compreendi Que além de dois existem mais... Amor só dura em liberdade O ciúme é só vaidade Sofro, mas eu vou te libertar O que é que eu quero Se eu te privo Do que eu mais venero Que é a beleza de deitar...