domingo, março 29, 2015

Às portas de Damasco

Cada dia mais creio que Deus tem participado da minha vida.
O encadeamento dos acontecimentos me levam a crer que estou sendo amparada por Ele e por vários motivos me vejo impulsionada a modificar-me a fim de ser útil à sociedade a que pertenço.
Sempre carreguei comigo um desejo imenso pelo saber e um certo devotamento pela pobreza, não que eu não tenha um gosto requintado para algumas coisas ou que eu não saiba me portar materialmente como alguém de uma condição social privilegiada (ainda sem possuir dinheiro para isso). Pelo contrário, normalmente o que me atrai materialmente são as coisas que apenas os abonados financeiramente podem possuir, no entanto o fato de não poder ter ou participar desse mundo jamais me gerou revolta e confesso até ter uma certa "queda" pela pobreza. Me incomodaria ter muito dinheiro. Sinto que não preciso ter além do necessário e também sinto que não devo exceder o limite com o qual consigo lidar emocionalmente.
Para a minha vida eu imaginava sempre que aos quarenta eu teria um apartamento, um carro e um diploma de doutora.
Estou às portas de fazer quarenta e tenho um carro bem modesto e o diploma troquei por uma filha.
Eu imaginava, desde sempre, um companheiro que tivesse ideais como os meus, nunca me apeguei a aparência física para isso, um homem conquistando meu cérebro chegaria fácil ao meu coração (não sei onde errei, mas enfim o pai da minha filha conquistou meu cérebro e atingiu meu coração, foi uma experiência necessária, uma boa receita, porém faltou um tempero essencial: maturidade!!).
A vida seguia seu rumo sem grandes acontecimentos, fui me deixando levar, tive pudores de me entregar a qualquer um, tive medo de decepcionar-me pela segunda vez, vivi sem grandes emoções... acreditando que melhor era não gostar, não querer, não amar, afinal amar é expor-se ao sofrimento.
Um dia eu vislumbrei o céu nos olhos de um homem.
Aquele azul fez com que eu quisesse, mais que tudo que já quis, participar, de algum modo, daquilo que ele era.
Deus me permitiu navegar no mar daqueles olhos azuis e as águas calmas daquele coração se tornaram um caminho seguro para que eu pudesse cruzar o oceano da vida em segurança.
Nossa primeira viagem juntos aconteceu...
E aconteceu que entre tantos objetivos em comum, entre tantos desejos e vontades de participar e auxiliar no bem recebemos a graça divina de atravessar o deserto de nós mesmos e encontrar o Cristo na estrada de Damasco.
Na encruzilhada da vida nos predispomos a trabalhar com e para Jesus.
E apesar de eu saber que tenho um monte de defeitos... e apesar de saber o quão pequena eu sou... e o tanto que preciso melhorar para poder ser útil... eu estou decidida a trilhar com ele esse caminho.
Não quero mais me envergonhar de mim. Não quero mais dominar o mundo.
Quero olhar no azul dos olhos dele e me ver sem receios.
quero dominar meus desejos sem violentar-me.
Quero dominar-me modificando-me.
Quero que a palavra renovação não seja só mais uma palavra do dicionário ou da doutrina, quero ela encrustrada em minha vida, em minhas ações!
Sei que minha boa vontade vai ajudar e rogo a Jesus que me fortaleça.
Porque o conhecimento não é mais meu objetivo, é apenas o meio que vou utilizar para agir no bem em prol dos que precisarem de mim.






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