quinta-feira, junho 12, 2014

Namorados??

Não me lembro da última vez que tive um namorado, não no sentido exato do termo, porque hoje se tem beijantes, ficantes, pegantes, tudo menos namorados. O que confere a um relacionamento o título de namoro? O tempo de relacionamento? sua seriedade? sua intensidade? sua intencionalidade?
Lembro-me de num dia ter apresentado um cara aos meus pais como amigo e no outro dia tê-lo apresentado novamente como namorado. O que nos levou a isso? A inocência talvez, éramos imaturos em relacionamentos e nos parecia lícito assumir o que sentíamos para o mundo dizendo-nos namorados. Depois nos tornamos namoridos (porque também há outros nomes pra casamento hoje em dia) e eu percebi que a seriedade dos nomes que damos aos relacionamentos não são confiáveis quando se trata de pessoas.
Outro dia, diante de uma pergunta (você é fogo de palha?) me defini como carvão (demoro pra acender mas depois que acendo fico em brasas até virar cinzas). Na hora me pareceu uma boa definição de mim. Só que eu tenho essa mania absurda de pensar e eu pensei que não quero ser carvão. E percebo agora muito claramente que todo meu problema com relacionamentos é esse meu ser em brasas, esse meu temperamento desmedido e impulsivo... esse meu desejo de querer pra si... essa paixão com que tempero o amor. Eu quero ser como o metal, que precisa de altas temperaturas e ainda que fique aquecido demasiadamente apenas muda de forma. Não quero virar cinzas de novo...
Eu estava bem sozinha. Não me faziam falta seus beijos, nem seus carinhos, nem suas palavras... Eu estava bem comigo mesma... estava bem acompanhada sem a tua companhia e talvez eu deva ficar assim, porque definitivamente eu não sei amar. Eu vou ficar esperando o dia em que vamos nos magoar e nos machucar. Eu não nasci pra isso! Eu não nasci pra estar com ninguém e talvez eu não queira alguém que me faça acreditar que isso seja possível...
Muitos me aconselhariam a pagar uma terapeuta, no entanto, por mais improvável que possa parecer, por mais inacreditável que seja, eu me sinto bem sozinha. Eu tenho uma vida toda, uma rotina toda, tenho livros que nunca li e filmes que nunca vi e lugares que nunca visitei e amigos que nunca fiz, tenho tanto com que me ocupar!!!
O melhor talvez seja não se acostumar com essas sedutoras delícias que o amor nos faz vislumbrar... Porque de tudo que vivi até hoje eu aprendi: amar dói um bocado !

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