Escrevo porque ...
Plagiando Cecília eu diria que "escrevo porque o instante existe e a minha vida está completa, não sou alegre nem sou triste" dizer que sou poeta é demasiado, mas que minha vida está completa deve ser verdade já que todo dia acontece algo que me faz pensar "agora não me falta mais nada, só faltava isso"! E eu não sou alegre, embora de vez em quando eu tenha uma vontade de rir pra todo mundo e me bata um tal amor pela humanidade que nem sei expressar em palavras, e não sou triste, ainda que muitas vezes, me dê um vazio na alma que eu saio comendo tudo que vejo pela frente, pra ver se o vazio fica menos vazio, embora eu saiba que esse vazio não pode ser preenchido. O que me incomoda de fato é quando fico alheia, quando passo quieta por alguma situação, quando me calo devendo falar, quando não observo podendo observar, essa falta de sentir amor ou ódio por alguém, isso me incomoda demais, prefiro odiar que sentir nada, ainda que o amor seja o sentimento de minha preferência. Escrevo porque fiquei esperando a semana toda notícias suas e você não me ligou e eu fiquei pensando se o celular não funcionou ou se você pensou melhor não ligar, ou se você nem lembrou de ligar. Pensei a semana toda em você, pensei em várias coincidências legais que eu te contaria quando te visse e fiquei imaginando com que roupa você viria me ver e aí eu lembrei quando eu era jovem de uma passagem de um livro que eu li e me marcou muito, pode parecer piegas, ridículo e deve ser mesmo, já que quando sinto alguma coisa nesse coração que parece que nasceu só pra bombear sangue sem direito a sentimentos, dá tudo muito errado. Mas enfim, lembrei e queria contar pra alguém (ninguém lê meu blog não se preocupe é um segredo nosso o que estou escrevendo sobre ti, aliás um segredo meu já que nem você vai ler): é uma passagem do livro "O pequeno principe" que diz assim 'Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... ' E eu me lembrei e fiquei esperando a semana toda e todo dia antes do almoço eu perguntava umas três vezes pras meninas se alguém tinha me ligado na loja e eu olhava o celular e eu pensava mais um dia e ele não ligou, e então comecei a pensar que eu tinha feito tudo errado, tinha de ter dito pra você me ligar o dia que não pudesse ir porque aí você ia me ligar todos os dias e eu ia ser feliz ao menos te ouvindo um pouquinho. Meu coração ficou inquieto desde aquele dia e eu te esperei todos os dias desde então, mas é bom saber quando vens, saber se vens... porque meu coração é todo bagunçado e eu queria te receber com ele arrumadinho ainda que eu não seja uma boa faxineira de corações, sempre deixo restos de sentimentos guardados nele. Esse fim de semana não vou te ver, vou viajar com a família, não tive escolha, você provavelmente não vai se dar conta da minha ausência e pensar assim faz eu voltar à realidade... se eu fosse mais Aristotélica que PlatÔncia! ah mas não consigo, a idéia vai ser sempre maior que a realidade, mais perfeita, mais sã... Já estou escrevendo chatices o que indica claramente que já é hora de encerrar o texto (quem achou chato desde o começo nem chegou até aqui espero).
1 Comentários:
Olha, sou fã dos seus textos, este que acabo de ler me entusiasmou bastante, creio que és uma boa escritora, expões muito bem o seu pensamento. jmussomar@gmail.com
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